Boa tarde Mister, começamos por lhe perguntar que balanço faz destes 23 jogos da época 2019/2020:
“O balanço que faço é que ao faltarem 7 jornadas para o término do campeonato, as nossas contas para a manutenção (embora matematicamente não estava garantida) faltava muito pouco para atingirmos o 1º objectivo do ano. A nossa ideia era continuar a lutar pelos pontos em jogo que ainda faltavam disputar. Em relação à época em geral, considero que foi um pouco atribulada… 1º porque algumas contratações não correram da melhor maneira, falharam… depois porque alguns jogadores que eram influentes na equipa não continuaram connosco, o Vasco e o Mestre por exemplo, procurando outros objectivos, e bem, é totalmente legitimo e depois também tivemos a situação do Marco, que devido à sua situação profissional não pode dar o contributo logo de inicio e tivemos algumas dificuldades de adaptação, também tivemos que mexer em esquemas tácticos que já vinham da época transacta e todos estes processos custaram um bocadinho a interiorizar, depois, tivemos também a situação de termos o nosso campo interdito e tivemos fizemos as 4 jornadas iniciais de mochilas às costas e não nos beneficiou, perdemos também o nosso director desportivo, o jogador mais velho e um dos capitães (Zé Silva) abraçou também ele um novo projecto profissional e não pode a dar nos o seu contributo e foram estas todas as dificuldades que nos foram surgindo e que nos tentamos contrariar, mas tendo isto em conta penso que o balanço é bastante positivo.”
Qual foi aquele jogo que lhe deu mais gozo, o que acha que foi melhor conseguido por parte da equipa?
“Não consigo escolher um, mas consigo mencionar o jogo em São Lourenço do Douro, o jogo na Aparecida, em casa com o Eiriz e com o Alfenense, este com o Alfenense que considerávamos ser um ponto de viragem e tínhamos a equipa adversaria bem estudada e teríamos que dar uma resposta aos resultados que vínhamos a ter e a equipa vinha assimilando bem os nosso processos, e por isso é que talvez elege-se este jogo com o Alfenense porque efectivamente mostrou um ponto de viragem e um acreditar muito forte da nossa equipa. Mas no global não consigo eleger só um jogo, mas concordo que este jogo com o alfenense tenha sido talvez o jogo “mais”, embora no Aparecida e São Lourenço do Douro tivemos muito bem tacticamente. Agora, há sempre outros jogos que tacticamente a equipa esta lá, mas claro que já se sabe como é o futebol e depende de vários factores, não depende só de nos, depende muitas vezes da arbitragem, do bem-estar de um jogador ou outro que influencia o colectivo, do apoio da nossa massa associativa, das condições climatéricas… e as vezes uma estratégia que se monta não corresponde àquilo que a gente pretende.”
E qual o jogo menos conseguido?
“Lembro me de o jogo contra o Felgueiras B que perdemos 2-0 em casa, na altura não montamos bem a estratégia e como equipa técnica admito que falhamos, mas sobretudo realço pela negativa o jogo aqui em casa com o Salvadorense, porque uma derrota de 4-0 em casa pesa muito e não estamos habituados a isso, nem os nosso sócios merecem e foi sem duvida o resultado mais penoso que tivemos, e que se calhar até acaba por ser um resultado penoso, sobretudo pelas diversas ocasiões de golo que criamos e não conseguimos concretizar, mas o que é certo que perdemos por aquele resultado volumoso e é o resultado mais penoso desta época. Mas também foi um despertar para os jogos que ai vinham…”
Quase todos conhecemos o Paulo Almeida pelo passado no Atlético, como revive esse passado? O que aprendeu aqui?
“Como toda a gente sabe, fui jogador do Atlético durante muitos anos, fiz aqui a minha formação e depois acabei aqui como sénior, e aquilo que me valeu no clube é a mística que vamos mantendo no balneário. Actualmente o nosso presidente, que foi nosso treinador, transmitiu-nos muitos valores, acima de tudo, de vontade, de crer, de dar tudo e da forma correta de estar no futebol, e no fundo é isso que eu também tento passar ao plantel, principalmente, estarmos unidos. Para mim existe um conjunto de factores que define um atleta, como se comporta como jogador, como pessoa e a influência que ele tem no grupo, e se nos conseguirmos termos estes três factores bem vincados, definitivamente temos uma equipa forte… Sem duvida alguma, que aquilo que aprendi aqui é fulcral para impor a tal mística que precisamos, e um dia mais tarde, se eu me projectar para outro clube, vou levar estes valores sempre comigo., mas não sou ingrato e pretendo continuar a trabalhar para este clube.”
Procura referências em alguém treinador que já teve ou que acompanha mundialmente?
“Aqueles treinadores que passaram por mim e aqueles que me rodeiam, tento sempre tirar algumas referências, mesmo a nível da formação, são treinadores que me ajudaram muito e tento me inspirar sempre. A nível de treinadores, o meu preferido é o Sarri por tudo o que ele desenvolve e tento sempre observar um pouco do trabalho dele. Mas no geral acho que devemos aprender um bocado de cada um e depois seguir a nossa linha e ideal.”
Um dos momentos mais marcantes que tenha passado no clube?
“Uma das coisas que mais me marcou foi a recuperação da época passada, que ao final da 1ª volta tínhamos 3 pontos e no fim acabamos por fazer 34 e conseguir a manutenção. Esta recuperação no mundo do futebol é muito complicado e muitas poucas equipas o conseguem e sem dúvida foi um dos momentos mais marcantes aqui no clube.”
Como caracteriza a juventude na nossa equipa?
“A juventude numa equipa é muito bom, e nos temos 4 jogadores que vieram dos juniores (embora o Mouta não tenha conseguido dar o seu contributo em boa parte da época). Temos 2 que tinham vindo a ser titulares, a irreverencia deles é muito importante para a equipa, mas no geral temos uma media de idades muito baixa e muito sinceramente não tenho nada a dizer e neste caso até nos beneficia.”
Como adepto, como comenta a situação actual do nosso clube?
“Despindo o papel de treinador, e colocando me na posição de adepto, estou a gostar da época tranquilo que fizemos e temos que andar com os olhos postos nos lugares de cima e muito sinceramente, como treinador e adepto gostava de ver o Atlético na divisão de Elite. Quando entrei para aqui como jogador, o Atlético estava na 2ª Divisão distrital e fomos sempre subindo até à Honra. Agora, como treinador, tenho o sonho de colocar o Atlético na Elite e acredito que temos condições de lá chegar.”
As nossas camadas jovens tem subido imenso de nível, o que acha disso? Que comentário faz à nossa actual formação?
“Muito sinceramente foi das melhores coisas que nos aconteceu. Um ponto de viragem em muitos aspectos. Para a estrutura de um clube, a formação é importantíssima, e esta formação tem muita qualidade, alias, como já referi, aprendo muito com os treinadores de lá, que muitos deles contam com mais experiência que eu a nível de treino e é extremamente importante tê-los aqui. Espero que continuem aqui por muitos anos para continuarem a ajudar o desenvolvimento do clube.”
Depois desta paragem sem data de regresso, já falou com o plantel? Qual a reacção dos jogadores?
“Sim, já falei com os jogadores todos e a reacção no geral é de profunda desilusão… Não só pela situação que passamos mas porque nos estávamos a fazer um bom campeonato e tínhamos vindo a crescer com 3 vitórias seguidas e claro que terminar assim o campeonato é uma frustração enorme e os jogadores sentem isso. No entanto, de positivo fica a boa reacção deles e tem a ambição de continuar este trabalho que vinha a ser desenvolvido para o ano.”
Por fim, pedimos que deixe uma mensagem para os nossos sócios…
“Uma mensagem para os sócios… Eu sou adepto deste clube, fui jogador deste clube e sou agora treinador no clube… e este clube tem uma situação invulgar a todos, somos um clube de distrital mas que tem um grupo de sócios e simpatizantes que estão sempre presentes nos jogos todos, e isto não é qualquer clube que consegue ter este registo e o Atlético nisto é diferente. Agora, lanço o apelo a todos que para a próxima época venham ver a nossa equipa jogar e vão ficar surpreendidos, primeiro para ver os jogadores que nestes anos tem crescido muito tacticamente, e é uma equipa que hoje em dia joga em qualquer esquema táctica, sabem dar as devidas respostas mediante os jogadores que teremos, aliando isto à boa técnica que muitos jogadores tem para desmanchar muitas vezes o jogo, porque na maioria das vezes são os jogadores que desbloqueiam o jogo e não os treinadores, vamos fazer um excelente campeonato, por isso, os sócios e simpatizantes que compareçam em força que vão ter agradáveis surpresas.”
Obrigado pelas palavras mister!
A direcção do Clube Atlético de Rio Tinto agradece ao Mister Paulo Almeida e deseja-lhe o melhor das sortes para a próxima época.
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